quarta-feira, 22 de junho de 2011

O mundo não é mais como o de nossos avós

Muitos já escutaram conselhos dos pais e avós, dizendo para levarem a escola a sério, pois isso lhe daria uma boa formação. Como conseqüência, os estudos seriam garantia de um bom emprego e de um futuro tranqüilo. Pois é, infelizmente esse tipo de conselho não é mais tão verdadeiro assim. Obviamente, não há aqui a intenção de disseminar a idéia de que não é preciso estudar e que a escola não serve para nada. O que se argumenta é a clara evidência de que a escola
não prepara nossas crianças e jovens para diversos problemas da vida adulta, principalmente os relativos a dinheiro.

Vou dar um exemplo. Relembrando certas coisas que aprendi quando criança, um acontecimento que nunca me saiu da memória foi uma pergunta que caiu em uma prova, quando eu tinha uns dez anos de idade: quem inventou o barômetro? Por sorte (ou estudo) eu me recordava do nome: era Torricelli. Porém, à época, errei a forma como se escrevia o nome do famoso inventor e ganhei um “meio certo”. Não sei muito bem qual era a finalidade da professora ao ensinar aquilo, mas posso dizer que está sendo nesse texto que estou usando esse conhecimento pela primeira vez em toda minha vida.

E esses exemplos são encontrados aos montes. Somos obrigados a decorar datas, nomes de pessoas e locais, fórmulas, classificações etc. E cobram isso até o vestibular/Enem. E nesse momento, acontece mais um fato marcante: a diferenciação entre os que conseguiram passar na faculdade e os que não se deram bem. Será que a culpa é exclusivamente daquele jovem que não conseguiu absorver muitos daqueles conhecimentos pouco práticos e muitas vezes inúteis? O pior é que esse fato acaba desanimando essas pessoas que se sentem diminuídas, isso quando não são chamadas ou se sentem “burras”.

Para embasar um pouco mais esse meu ponto de vista, veja um caso fictício, mas de fácil adequação a muitos casos da vida real. Dr. Fulano, com 60 anos de idade, é médico. Agora vejam a sua história. Desde pequeno, fora o melhor aluno de todas as classes a qual fez parte. Formou-se em ótima faculdade, com diversos cursos de especialização, sendo, ainda jovem, um respeitado médico de uma cidade do interior paulista. Casou-se cedo e teve dois filhos. Durante o curso de sua vida profissional, comprou uma casa em um condomínio fechado, uma chácara para receber os amigos e uma casa na praia. Isso tudo aliado a muito luxo, restaurantes finos, viagens e carros importados na garagem. Ainda hoje, aos olhos de todos, é um homem de sucesso.


Todavia, depois de uma vida de muito trabalho dentro da medicina, ele vê a concorrência com outros médicos se acirrar nos dias atuais. Já não é tão conhecido e requisitado quanto antes. A casa de praia e a chácara já não são mais freqüentadas como outrora, e só fazem consumir uma parcela significativa de seu suado dinheiro. Isso sem contar a família, que continua a gastar como nos velhos tempos e os carros importados que, ano a ano, minam suas finanças através do pagamento de seguro, IPVA, gasolina etc.

Dr. Fulano está, hoje, endividado. Trabalha cada vez mais, numa idade em que poderia estar pensando em aposentadoria - e as dívidas só crescem. As brigas com a família são bem mais constantes que antigamente e Dr. Fulano está desiludido, achando que os familiares não reconhecem todo seu esforço. Ademais, é inconcebível para ele vender seus bens, pois isso daria uma demonstração de derrota frente aos amigos. Ele não possui plano de previdência privada, nem outras aplicações financeiras, os quais poderiam permitir que se aposentasse com certa tranqüilidade em poucos anos.

Agora vejamos, o que será que aconteceu de errado na vida desse brilhante médico? Por que, mesmo com toda sua inteligência está nessa crise financeira e pessoal? A resposta é que mesmo tendo um elevado grau de instrução, faltou ter aprendido uma matéria fundamental, que não lhe foi ensinada nos bancos escolares, nem em casa: educação financeira. Essa história, mesmo que fictícia, é um exemplo claro de falta de conhecimento em finanças, tão fundamental para o mundo capitalista no qual vivemos.

Apenas ter uma boa “educação” já não garante o futuro. A cada dia que passa, devemos ser mais auto-suficientes em termos financeiros. As estabilidades, planos de carreira, benefícios, antes muito comuns, vão acabando pouco a pouco. Profissões que antes eram garantia de bons salários, vão se tornando cada vez pior remuneradas. O diploma que se recebe na faculdade, cada vez menos tem valor por si só e está deixando de ser um diferencial, pois hoje muitos têm curso superior. Aplicar na tradicional caderneta de poupança mostra-se, ano a ano, um dos piores investimentos. E por aí vai. O MUNDO MUDOU!

As coisas se transformam rapidamente e precisamos nos manter bem informados. Cada vez mais, pessoas serão remuneradas pelas suas competências e produtividade. Espera-se resultado. O setor de serviços cresce vertiginosamente, enquanto o emprego formal torna-se cada vez mais difícil de se conseguir. Não devemos mais pensar em trabalhar muito, mas em potencializar o valor ganho por hora trabalhada. Otimizar o uso do tempo também é muito importante. Pensar em alguma forma de renda complementar à aposentadoria é essencial.

Vejam que o mundo está muito mais complexo do que quando nossos avós viveram. Suas fórmulas de sucesso talvez estejam ultrapassadas e, cabe a cada um de nós, nos adequarmos a essa nova realidade.
Bem, é isso aí. A todos, muito sucesso em suas finanças e vida pessoal!

Outros links relacionados à ETAPA DO CONVENCIMENTO PESSOAL: clique aqui

2 comentários:

  1. Muito obrigada, estou cansada de dizer isso, principalmente na escola dos meus filhos, conversando com outras mães, e me sinto um ET as vezes, falando grego, a meu ver... Bom saber que tem mais gente pensando como eu.

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  2. Elisson parabéns pelo blog, cheguei aqui através de um artigo seu no dinheirama "Quer ficar rico? Compreenda e pratique o processo da riqueza". Estou adicionando seu blog nos meus favoritos.

    Com relação ao texto acima eu sempre me perguntei o motivo de tanta coisa inútil ensinada nas escolas e cheguei a conclusão que só o que presta é o ciclo de amizades que formamos que pode gerar algum tipo de oportunidade futura.

    Parabéns mais uma vez pela excelente iniciativa.

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