sexta-feira, 17 de junho de 2011

Copa do Mundo e Finanças Pessoais

Em se tratando de finanças pessoais, existem algumas regras básicas que ajudam na administração financeira de qualquer indivíduo. Vou citar apenas duas:
1) planeje suas receitas e despesas;
2) tenha calma na hora de comprar alguma coisa, pois
quem compra com pressa, geralmente, paga mais caro.

Porém, esses “conselhos” não servem apenas para as finanças pessoais. Pense em uma empresa privada, por exemplo. É importante que o departamento de compras tenha tempo suficiente para fazer cotações dos melhores preços e negociar com seus fornecedores. Se a compra tem que ser feita com urgência, fatalmente se pagará mais caro pelo produto adquirido. De volta ao campo das finanças pessoais, se você tiver urgência em comprar um carro ou uma casa, a pessoa que lhe vender o bem, como se diz no linguajar popular, vai “enfiar a faca”. Esse é o mundo dos negócios. Se paga mais caro quando se tem pressa.

E o que esse papo tem a ver com Copa do Mundo? Explico.

Primeiramente, para contextualizar o motivo deste artigo, digo-lhes que há alguns anos atrás, quando vi na televisão as pessoas envolvidas na candidatura à Copa do Mundo (e também Olimpíadas) chorando, após ganharem o direito de realizar esses dois grandes eventos no Brasil, fiquei desconfiado do real motivo daquela alegria. Propalavam que tal conquista traria consigo externalidades positivas para toda a nação, como estradas, aeroportos blá blá blá. Passou o tempo e nem os estádios para a Copa do Mundo de 2014 se sabe se estarão prontos.

E como era de se esperar, essa semana, com o argumento de acelerar o andamento das obras (estão com pressa...), a Câmara dos Deputados aprovou Medida Provisória FLEXIBILIZANDO as regras para licitação das obras públicas. Alguns deputados da oposição denunciaram a possibilidade de aumento nos desvios públicos, o Ministério Público Federal se pronunciou anteriormente sobre o assunto usando termos como obscuridade dos contratos, falta de detalhamento das obras e subjetivismo dos projetos que vão substituir os iniciais. Mas ficou por isso mesmo.

Apesar de os defensores da flexibilização argumentarem que a referida lei de licitação tem inspiração em modelos de países de primeiro mundo, quero destacar a questão da pressa. Não sou especialista em leis sobre licitação, mas sei que ela está sendo feita para consertar algo que foi mal planejado. É um remédio para a incompetência dos gestores e não um avanço em si.

Certamente esse episódio, que ainda vai se desenrolar nos próximos meses, não vai ser saudável para as finanças públicas. Provavelmente vai se gastar mais dinheiro do que foi “planejado”. Talvez para as finanças pessoais de quem for oferecer os serviços aos órgãos públicos, isso seja bom. E, mesmo que eu não queira, essa possibilidade me instiga a pensar que talvez o motivo das lágrimas daqueles envolvidos com a candidatura do Brasil à Copa, tenha alguma coisa que vai além de apenas pura emoção (talvez, finanças pessoais...).

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